AMBEV AGORA É DONA DA COLORADO

Agora é oficial! Na manhã desta terça-feira, dia 7, foi assinado o contrato de negociação entre a gigante ABInBev e a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O valor da operação não foi divulgado.

Fundada em 1996, a Colorado produz cervejas que misturam malte e lúpulo com ingredientes como café, rapadura, mandioca, mel e castanha do Pará. Pioneira e um dos expoentes nacionais, quando se fala em cervejas artesanais, a empresa exporta para mercados como França e Estados Unidos.

Essa é a segunda aquisição de pequenos concorrentes feitas pela Ambev, somente, neste ano. Em fevereiro, a empresa já havia comprado a mineira Wäls, que acabou incorporada a Cervejaria Bohemia. Isso representa também o incrementando na estratégia de apostar em cervejas premium, que possuem maior margem.

De acordo com o ex-proprietário e agora consultor da empresa, Marcelo Carneiro, a Colorado continuará sendo uma escola cervejeira tipicamente brasileira. “Isso jamais será abandonado. Não faria sentido uma empresa gigante como a ABInBev comprar uma cervejaria artesanal só pra mudar a sua filosofia de produtos”, afirma.

Ainda segundo o atual consultor, os rótulos e, principalmente, as receitas permanecerão as mesmas, porem a ideia é evoluir. “Com aporte maior de capitais, podemos dar melhor consistência aos produtos, minimizar defeitos, melhorar processos com equipamentos novos e ofertar um produto ainda melhor pra quem gosta de cerveja”, explica. Carneiro esclarece que as atuais receitas se manterão originais sem influência de outros ingredientes.

Carneiro será o consultor internacional da nova empresa por um período mínimo de cinco anos. “Minha tarefa será a de abrir caminhos para a Colorado, conversar com parceiros de negócios, representar a marca que defendi por 20 anos”, diz. Segundo ele, a cervejaria estava em um patamar de crescimento insustentável e necessitava de grandes investidores.

Aos apreciadores da marca, Carneiro tranquiliza e afirma que esse processo não é novo e já aconteceu com outras cervejarias artesanais. “Peço a todos que enxerguem esse mercado como um negócio global. Isso já aconteceu com outras cervejarias como Goose Island, e aqui no Brasil com a Wäls. Antes disso já tinha acontecido com Baden Baden, Eisenbahn, e todos os produtos continuam aí, os mesmos, muito bons”, avalia.

Por Jonathan Zanotto

Fonte: Blog Brejas

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